domingo, 29 de julho de 2012

"Talvez eu seja um gênio enclausurado. Uma espécie de Einstein de saias que ainda não teve a oportunidade de se revelar.
Talvez eu seja completamente louca e coloque fogo no prédio daqui a dois meses e dezessete dias. 
Talvez eu seja um extraterrestre que foi enviado à Terra numa experiência para descobrir que raios os terráqueos pensam.
Talvez minha nave-mãe estacione na porta de casa amanhã para me contar toda a verdade.
Talvez hoje a minha vida mude.
Talvez eu tenha dois admiradores secretos loucamente apaixonados por mim. Talvez o amor da minha vida goste mesmo de outra. 

Talvez eu tenha uma doença grave que só não foi descoberta até agora porque eu sou mais forte do que os seres humanos normais.
Talvez dê tudo certo. Talvez tudo vá por água abaixo.
Talvez eu escreva um bestseller. Talvez alguém faça um escândalo na noite de autógrafos. Talvez a minha história vire um filme.

Talvez eu sonhe com os números da loteria. Talvez eu não jogue.
Talvez eu jogue, perca o bilhete e passe o resto da vida amargurada.
Talvez eu tenha um anjo da guarda. Talvez eu seja um anjo da guarda.
Talvez eu encontre alguém capaz de saber o que se passa na minha cabeça.

Talvez eu morra de vergonha, talvez seja divertido.
Talvez eu devesse ter sido veterinária.
Talvez a minha vidinha seja simples, comum e ordinária.
Talvez eu me decepcione, talvez eu me surpreenda.
Talvez eu te decepcione ou te surpreenda.
Talvez os melhores anos da minha vida comecem agora.

Talvez já tenham passado.
Talvez eu pudesse tê-los aproveitado mais.
Talvez eu volte para o Brasil, talvez eu mude para a Nova Zelândia.
Talvez eu não saiba nada de nada de nada. Talvez nunca venha a saber.
Talvez eu tenha toda a razão.
Talvez eu seja injustamente acusada de um complô contra a vida de um ex-ditador sul-americano. Talvez eu seja realmente culpada.
Talvez eu saiba quem é o culpado mas não o entregue por amor.
Talvez eu aprenda a falar cinco línguas.
Talvez eu volte a dançar. Talvez eu seja injusta. Talvez eu seja boazinha demais.
Talvez o que eu mais quero aconteça. Talvez não.
Talvez a melhor parte da vida seja não ter certeza."

domingo, 3 de junho de 2012


"A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir “eu te amo” num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir “eu te amo” numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender."

‎"E este coração acomodado aí no peito? Use-o, ora bolas. Não fique protegendo-se de frustrações só porque seu grande amor da adolescência não deu certo. Ou porque seu casamento até-que-a-morte-os-separe durou apenas 13 anos. Não enviuve de si mesmo, ninguém morreu."